Tipos Textuais - Narração
Olá, colegas professores.
Todos nós sabemos das dificuldades de se abordar os tipos textuais, visto que nossos alunos nem sempre têm o hábito de ler; bem, pelo menos não da forma como fazíamos há alguns anos quando ainda precisávamos procurar uma biblioteca para fazer uma pesquisa, por exemplo. Lembro-me das tardes que passava envolta na leitura de até três livros de uma vez. Claro que naquela época - estou falando de 15, 20 anos atrás - não havia tantas distrações como os inúmeros programas de TV e principalmente, os incríveis jogos de Videogame que temos hoje. Sim, esse aparelhinho é mesmo tentador. Confesso que já consegui passar mais de 16 horas jogando sem parar. É mesmo uma tentação. E olha que eu realmente gosto de ler.
Mas espera aí! Quem disse que o os jogos não são também uma interessante forma de se aprender? E melhor: interagindo com a história. Além disso, professor, conhecer o universo do seu aluno e fazer parte dele só te ajudará no processo de educação.
Assim como nas narrativas da Literatura, os jogos têm sua própria narrativa, que ora se aproxima ora se distancia da configuração das narrativas tradicionais. Nele também há um enredo, o qual é desencadeado a partir de um conflito envolvendo os protagonistas e/ou antagonistas e auxiliados por personagens secundários, que se desenvolve em um determinado espaço e tempo. Esse tempo pode ser cronológico, psicológico ou linear, assim como vemos nos livros e no cinema. A diferença é que você interage com a história, deixando de ser mero espectador.
A temporalidade nos jogos aproxima-se das narrativas convencionais em vários aspectos. No entanto, nas narrativas convencionais há uma tendência de recuperar os eventos do passando enquanto os jogos encerram em sua configuração ações que, por parte do jogador, determinam o futuro.
A participação do jogador é o que determina o decurso dos acontecimentos e este, por sua vez, acaba por funcionar como narrador e contribuir para o enredo do jogo.
É importante perceber os videogames não apenas como modo de lazer, mas como construtores culturais que encerram em sua constituição processos complexos de significação. Nesse sentido, Bogost (2008, p. 119) entende os videogames como "não apenas palcos que facilitam práticas culturais, sociais ou políticas; eles são também meios em que os próprios valores culturais podem ser representados".
Percebe-se então que a representação da história não mais se faz apenas por meio da literatura, cinema ou teatro, mas ganha espaço nos jogos eletrônicos, com o diferencial da interação jogador-personagem-narrador.
A dica de hoje é um jogo para PS3 chamado "Heavy Rain" , um título exclusivo para PlayStation 3 que traz verdadeiras revoluções para o mundo dos videogames. A qualidade gráfica é digna de cinema, com expressões faciais capturadas através de atrizes de carne e osso, tornando a experiência muito mais realista.
Além disso, o jogo de câmera do título é similar ao de superproduções cinematográficas. Em suma, Heavy Rain é um título de muito peso que, dentro de alguns anos, poderá ser considerado um divisor de águas na história dos videogames.
E aí, que tal experimentar falar de uma narrativa que seus alunos com certeza já conhecem?
Assista ao trailer do jogo e, principalmente, jogue-o. Você não vai perder seu tempo, pode confiar!
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