Aquecimento - dicas para começar uma aula.

Bom dia, pessoal!

Certa vez, em uma aula de linguística aplicada, a professora Terezinha Bittencourt nos ensinou que aprendemos o português verdadeiramente em todas as aulas que não as de língua portuguesa. Vou explicar melhor: português se aprende falando. O texto (impresso) é apenas o discurso materializado. Desta forma, a cada aula exercitamos nosso pensamento e nossa língua ao falarmos de temas variados. Contudo, por diversas vezes, limitamos as aulas de língua portuguesa à gramatica. Aprender português virou sinônimo de aprender gramática. Uma pena, pois acabamos ouvindo uma maioria dizer que odeia, detesta o português... pior, ouço dizer que não sabe português! Então eles falam outra língua? Parafraseando novamente a professora Terezinha, devemos pôr nossos alunos constantemente em contato com os mais variados gêneros e tipos textuais e permitir que reflitam e exponham suas opiniões sobre ele. Sei que muitas vezes uma aula centrada apenas em textos, quer escritos ou audiovisuais, são mal vistos por alunos - dos quais ouvimos dizer: "- o professor não deu nada hoje não, foi só um texto/filme." - e principalmente pela coordenação, que acredita que o professor está enrolando, ou se desviando de suas tarefas. Sim, eu já ouvi muito isso. Certa instituição queria que eu assinasse um documento no qual me comprometia a só ensinar gramática. Mas não podemos nos desviar de nossos objetivos. O aluno só será ser capaz de materializar seu discurso, ou seja, transformá-lo em um texto, se ele tiver algo pra falar. Mesmo os mais cultos e assíduos leitores sentirão dificuldade em escrever sobre um assunto que não dominam. A gramática descreve o funcionamento da língua, não é garantia de falar melhor. Posso aprender a gramática do Russo sem jamais ser capaz de me comunicar em tal língua. 

Então mãos à obra, seja ela impressa ou audiovisual.

Eis alguns vídeos que podem dar bons frutos. Escolha um deles e comece sua aula de forma mais descontraída propondo um debate sobre o tema.





"Paperman" segue a história de um jovem solitário na cidade de Nova Iorque do meio do século, cujo destino toma um rumo inesperado após um encontro casual com uma mulher bonita na ida ao trabalho pela manhã. Convencido de que a garota dos seus sonhos foi embora para sempre, ele ganha uma segunda chance quando a vê em uma janela de um arranha-céu na avenida de seu escritório. Com apenas o seu coração, imaginação e uma pilha de papéis para obter a sua atenção, seus esforços não são páreo para o que o destino tem reservado para ele.O filme venceu o 85ª edição dos Academy Awards na categoria de Oscar de melhor curta-metragem de animação.


"Adam and the dog", nomeado para o Óscar de melhor curta-metragem de animação em 2013, conta a história do primeiro cão do mundo. Um cão brincalhão que ao explorar o mundo em que vive, se depara com o primeiro homem. A história é contada sob o ponto de vista dele. Perfeito para preceder um trabalho de recontagem de histórias pela perspectiva de outro personagem.



“Head Over Heels” retrata um casamento em crise. O que chama atenção é a metáfora usada para representar a falta de harmonia entre marido e mulher. Além do desequilíbrio da relação, seus mundos físicos também não se encontram mais: Walter vive no chão e Madge no teto.O filme levou para casa os prêmios de Melhor Curta EstudanteMelhor Curta-Metragem pelo júri popular, Melhor Filme foi qualificado para a pré-lista para concorrer ao Oscar.


Texto adaptado sobre cinema e educação para refletirmos um pouco: 

O cinema é um discurso que textualiza valores e ideologias e, por conta disso, tem o propósito de persuadir o espectador para que mude o seu comportamento em atendimento a uma dinâmica dentro de uma sociedade.

Podemos dizer que o cinema educa porque possibilita o desenvolvimento da personalidade, transmite saber, domestica e aperfeiçoa a sensibilidade e a cognição de mulheres e homens com um alcance massificador. 


A escolha de um filme, portanto, é extremamente importante para a formação dos alunos, pois o seu uso, pertinente ao grupo escolar, ajuda enormemente a potencializar as operação mentais para a construção do conhecimento e para uma reflexão mais crítica da experiência sociocultural dos sujeitos. 

Se o cinema comercial atrai tantos alunos para as salas de cinema, cabe ao professor trazer para a sala de aula esses filmes para identificar, juntamente com os alunos, os aspectos que provocam a adesão do público e se esses aspectos são apenas transportadores ou se eles sedimentam visões que venham interferir nas relações interpessoais.

O cinema, portanto, pode ser arte, meio de comunicação e educação de massas, o que o torna valioso nas aulas de qualquer disciplina. 

É importante que acompanhemos os filmes que hoje são feitos para o público infantil e adolescente para vermos os valores ali veiculados, mas, também, para percebemos as contradições e ambiguidades. 

Fonte: Blog "Cinema e Educação" do Grupo de de Pesquisa em Cinema, Literatura e Educação (GPCLE) da UNEB/DEDC/Campus I e cumpre a função de postar reflexões, informações sobre o tema e o Grupo.  (http://cinemaeeducacao-uneb.blogspot.com.br/).


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