Filosofia - proposta de atividade interdisciplinar.
Boa tarde,
Como de costume, aproveitei o feriado para assistir a mais alguns vídeos que pudessem ser incorporados ao meu trabalho. Foi a vez então da Filosofia. Descobri uma série de vídeos de um professor da Universidade de Harward chamado Michael J. Sandel. Ele leciona Filosofia Política. Por seu desempenho em "Justiça" - seu curso em Harward - Michael foi considerado pelo jornal Washignton Post como o mais proeminente professor universitário dos EUA.
A melhor notícia é que seu curso foi transformado em série e está ao alcance de todos que têm acesso à internet.
Michael também tem alguns livros publicados, entre eles, e o mais popular, "Justiça: o que é fazer a coisa certa." Nesse link vocês podem podem baixar o primeiro capítulo. http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/67830/mod_resource/content/1/Justi%C3%A7a%20%E2%80%93%20o%20que%20%C3%A9%20fazer%20a%20coisa%20certa.pdf
Essa é uma proposta de atividade interdisciplinar com o professor de Filosofia, mas se você não puder trabalhar com um, faça você mesmo!
O título do vídeo é "O lado moral do assassinato". Ele começa com uma reflexão:
"Suponhamos que você seja maquinista de um trem e que seu bonde esteja correndo pelos trilhos a 100 km/h. no final dos trilhos há 5 operários trabalhando. Você tenta frear, mas os freios não funcionam. Você se desespera porque sabe que a colisão será fatal. Sente-se então impotente até que percebe que à direita há um trilho auxiliar e que, no final desse trilho há um trabalhador. Você pode virar o bonde. Qual a coisa certa a fazer?"
Quem desviaria o trem? Será que é melhor matar um a cinco?
"Imagine agora a mesma cena, mas desta vez você está em uma ponte por cima dos trilhos. Por eles vem um bonde. No final dos trilhos há 5 operários. Os freios não funcionam e os operários vão morrer. Agora você não é o maquinista. você sente-se impotente até que percebe que perto de você há um homem debruçado na ponte. Se você desse um empurrão e ele caísse sobre os trilhos ele certamente morreria, mas os cinco operários seriam poupados."
Quantos o jogariam da ponte? E agora, melhor sacrificar um para salvar cinco?
Nessa primeira aulo do professor Sandel são mencionados Jeremy Bentham e sua corrente filosófica, o Utilitarismo, e Immanuel Kant e o Imperativo Categórico. Eis aí dois temas que podem ser aprofundados nas aulas de Filosofia e História.
O que mais me atraiu nesse vídeo foi o convite a reflexão, o poder transformador da filosofia e da leitura desses grandes pensadores.
Michael nos diz que ler esse tipo de livro como exercício de autoconhecimento traz riscos pessoais e políticos. Esse riscos vêm do fato de que a filosofia nos ensina e nos perturba, confrontando-nos com o que já sabemos. Ela nos afasta do familiar, não fornecendo novas informações, mas convidando e provocando para uma nova maneira de ver. Nisso consiste o risco: quando o familiar torna-se estranho, ele nunca mais volta ao que era. Autoconhecimento é como a inocência perdida. E por mais perturbador que isso possa parecer, esse conhecimento jamais poderá ser "despensado" ou "dessabido".
A filosofia política pode te fazer um cidadão melhor ou pior, na medida em que nos distancia das convenções e das crenças sutis.
Pensar, refletir, inferir significados. Esse é o objetivo do estudo de nossa língua, correto? Essa é uma boa aula para trabalhar com turmas do segundo e terceiro anos do ensino médio.
Navegando por esse tema, o professor pode realizar debates com alguns dos casos que aparecem no vídeo, como esses do bonde. Os alunos podem escrever dissertações argumentativas defendendo sua escolha em cada um dos casos. O importante é que seus argumentos estejam embasados em referenciais teóricos com os de Kant e Benthan.
Ou podemos trabalhar o gênero "Quadrinhos" e sugerir que façam adaptações das histórias que mais gostarem. Sempre tem gente que desenha muito bem nas salas. Encontrei na net um blog, chamado "filosofia na escola",que disponibiliza muitos quadrinhos filosóficos. Já baixei todos porque o material é realmente fantástico.
http://www.filosofianaescola.com.br/2010/01/descartes-maquiavel-e-rousseau-em_04.html
Bem, vou terminar essa aula por aqui, mas o tema é rico e dividirei a aula em duas. Espero que gostem do vídeo tanto quanto eu.
Como de costume, aproveitei o feriado para assistir a mais alguns vídeos que pudessem ser incorporados ao meu trabalho. Foi a vez então da Filosofia. Descobri uma série de vídeos de um professor da Universidade de Harward chamado Michael J. Sandel. Ele leciona Filosofia Política. Por seu desempenho em "Justiça" - seu curso em Harward - Michael foi considerado pelo jornal Washignton Post como o mais proeminente professor universitário dos EUA.
A melhor notícia é que seu curso foi transformado em série e está ao alcance de todos que têm acesso à internet.
Michael também tem alguns livros publicados, entre eles, e o mais popular, "Justiça: o que é fazer a coisa certa." Nesse link vocês podem podem baixar o primeiro capítulo. http://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/67830/mod_resource/content/1/Justi%C3%A7a%20%E2%80%93%20o%20que%20%C3%A9%20fazer%20a%20coisa%20certa.pdf
Em Harvard, os cursos de Sandel também incluem “Ética, Biotecnologia e o Futuro da Natureza Humana”, “Ética, Economia e Direito” e “Globalização e seus Críticos”.
Sandel foi reconhecido pela Associação Americana de Ciência Política em 2008 por sua carreira de excelência no ensino. Ele foi professor visitante na Sorbonne (Paris), participou das Conferências Tanner sobre Valores Humanos na Universidade de Oxford e em 2009 gravou as Conferências Reith da BBC, exibidas no Reino Unido e em todo o mundo pelo serviço mundial da BBC. Em 2010, a China Newsweek apontou Sandel como a “personalidade estrangeira mais influente do ano na China”.
Nos Estados Unidos, Sandel participou do Conselho Presidencial sobre Bioética e é membro da Academia Americana de Artes e Ciências e do Conselho de Relações Exteriores.
Essa é uma proposta de atividade interdisciplinar com o professor de Filosofia, mas se você não puder trabalhar com um, faça você mesmo!
O título do vídeo é "O lado moral do assassinato". Ele começa com uma reflexão:
"Suponhamos que você seja maquinista de um trem e que seu bonde esteja correndo pelos trilhos a 100 km/h. no final dos trilhos há 5 operários trabalhando. Você tenta frear, mas os freios não funcionam. Você se desespera porque sabe que a colisão será fatal. Sente-se então impotente até que percebe que à direita há um trilho auxiliar e que, no final desse trilho há um trabalhador. Você pode virar o bonde. Qual a coisa certa a fazer?"
Quem desviaria o trem? Será que é melhor matar um a cinco?
"Imagine agora a mesma cena, mas desta vez você está em uma ponte por cima dos trilhos. Por eles vem um bonde. No final dos trilhos há 5 operários. Os freios não funcionam e os operários vão morrer. Agora você não é o maquinista. você sente-se impotente até que percebe que perto de você há um homem debruçado na ponte. Se você desse um empurrão e ele caísse sobre os trilhos ele certamente morreria, mas os cinco operários seriam poupados."
Quantos o jogariam da ponte? E agora, melhor sacrificar um para salvar cinco?
Nessa primeira aulo do professor Sandel são mencionados Jeremy Bentham e sua corrente filosófica, o Utilitarismo, e Immanuel Kant e o Imperativo Categórico. Eis aí dois temas que podem ser aprofundados nas aulas de Filosofia e História.
O que mais me atraiu nesse vídeo foi o convite a reflexão, o poder transformador da filosofia e da leitura desses grandes pensadores.
Michael nos diz que ler esse tipo de livro como exercício de autoconhecimento traz riscos pessoais e políticos. Esse riscos vêm do fato de que a filosofia nos ensina e nos perturba, confrontando-nos com o que já sabemos. Ela nos afasta do familiar, não fornecendo novas informações, mas convidando e provocando para uma nova maneira de ver. Nisso consiste o risco: quando o familiar torna-se estranho, ele nunca mais volta ao que era. Autoconhecimento é como a inocência perdida. E por mais perturbador que isso possa parecer, esse conhecimento jamais poderá ser "despensado" ou "dessabido".
A filosofia política pode te fazer um cidadão melhor ou pior, na medida em que nos distancia das convenções e das crenças sutis.
Pensar, refletir, inferir significados. Esse é o objetivo do estudo de nossa língua, correto? Essa é uma boa aula para trabalhar com turmas do segundo e terceiro anos do ensino médio.
Navegando por esse tema, o professor pode realizar debates com alguns dos casos que aparecem no vídeo, como esses do bonde. Os alunos podem escrever dissertações argumentativas defendendo sua escolha em cada um dos casos. O importante é que seus argumentos estejam embasados em referenciais teóricos com os de Kant e Benthan.
Ou podemos trabalhar o gênero "Quadrinhos" e sugerir que façam adaptações das histórias que mais gostarem. Sempre tem gente que desenha muito bem nas salas. Encontrei na net um blog, chamado "filosofia na escola",que disponibiliza muitos quadrinhos filosóficos. Já baixei todos porque o material é realmente fantástico.
http://www.filosofianaescola.com.br/2010/01/descartes-maquiavel-e-rousseau-em_04.html
Bem, vou terminar essa aula por aqui, mas o tema é rico e dividirei a aula em duas. Espero que gostem do vídeo tanto quanto eu.
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